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Assinatura Digital ICP-Brasil: guia de validade jurídica e segurança para empresas

Assinatura Digital ICP-Brasil: guia de validade jurídica e segurança para empresas

Publicado em:
23
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12
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2025

No cenário corporativo atual, a "transformação digital" deixou de ser um diferencial para se tornar um requisito de sobrevivência. No entanto, migrar processos físicos para o digital exige mais do que apenas tecnologia; exige segurança jurídica. É aqui que a Assinatura Digital ICP-Brasil se posiciona como o padrão ouro de autenticação no Brasil.

Embora o ambiente digital tenha trazido agilidade, ele também trouxe dúvidas complexas: Um contrato assinado no computador tem a mesma validade de um reconhecido em cartório? Como garantir que o signatário é quem diz ser?

Este guia é um material aprofundado, desenhado para gestores, advogados e profissionais de TI que precisam entender as minúcias técnicas, legais e práticas da Assinatura Qualificada. 

Vamos explorar desde a criptografia assimétrica até a conformidade com a Lei 14.063/2020 e os dados mais recentes do mercado.

O que é, tecnicamente, a Assinatura Digital ICP-Brasil?

A Assinatura Digital ICP-Brasil é um mecanismo criptográfico que vincula, de forma inequívoca, um documento eletrônico a uma identidade validada.

Ela é a representação eletrônica da manifestação de vontade, baseada em um Certificado Digital emitido dentro da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

Estrutura da ICP-Brasil

Criada em 2001 pela Medida Provisória 2.200-2, a ICP-Brasil é uma cadeia hierárquica de confiança. Imagine uma pirâmide:

  • AC Raiz (ITI): no topo está o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação. É a autoridade máxima.
  • Autoridades Certificadoras (ACs): empresas credenciadas (como Serasa, Certisign, Soluti) que emitem os certificados.
  • Autoridades de Registro (ARs): a "ponta" do sistema, onde o usuário vai (física ou virtualmente) provar sua identidade.

Essa estrutura garante que, ao usar um certificado ICP-Brasil, você está utilizando uma tecnologia auditada pelo Estado brasileiro, garantindo presunção legal de veracidade.

É importante não confundir assinatura digitalizada (imagem escaneada sem validade garantida) com assinatura eletrônica. 

Plataformas como a Clicksign oferecem tanto a Assinatura Eletrônica (que utiliza métodos como Token, Pix e Biometria para garantir autoria e integridade com validade jurídica) quanto seu Certificado Digital ICP-Brasil como método de autenticação, unindo a segurança da criptografia do certificado com a facilidade de gestão da plataforma.

Segundo dados divulgados pela Associação Nacional de Certificação Digital, a emissão de certificados digitais tem crescido no Brasil, com mais de 11 milhões de certificados ativos em setembro de 2025. 

Desse total, cerca de metade pertence a pessoas jurídicas, sinalizando o importante papel da tecnologia para empresas de vários portes e segmentos. 

3 Pilares da Segurança do ICP-Brasil: autenticidade, integridade e não-repúdio

Para ser considerada segura e válida para transações críticas, a assinatura digital entrega três garantias que superam, em muitos casos, a assinatura em papel:

  • Autenticidade Inequívoca: diferente de uma assinatura escaneada (que pode ser copiada e colada no Photoshop), a assinatura digital usa chaves criptográficas. Ela prova matematicamente quem assinou.
  • Integridade Imutável: qualquer alteração no documento após a assinatura (mesmo que seja uma vírgula ou um espaço) quebra o "hash" (o código verificador) da assinatura, invalidando o documento imediatamente. Isso protege contra fraudes de alteração de cláusulas.
  • Não-Repúdio (Irretratabilidade): como a emissão do certificado exige validação presencial ou biométrica rigorosa, o autor não pode negar a autoria da assinatura. O ônus da prova inverte-se: é o signatário que teria que provar que sua chave privada foi roubada, e não a empresa que provar que ele assinou.

Assinatura Digital ICP-Brasil dentro da Lei: MP 2.200-2 e a Lei 14.063/2020

Um dos maiores erros das empresas é confundir os tipos de assinaturas. O artigo original menciona a MP 2.200-2, mas para uma visão moderna, precisamos integrar a Lei 14.063 de 2020, que classificou as assinaturas no Brasil em três níveis.

Entender essa distinção é vital para o Compliance e para a economia de recursos da sua empresa:

1. Assinatura Eletrônica Simples

  • O que é: identificação básica (e-mail, CPF, geolocalização).
  • Uso: agendamentos, requerimentos simples, confirmação de recebimento.
  • Risco: baixo.

2. Assinatura Eletrônica Avançada

  • O que é: usa criptografia e garante integridade, mas o certificado não é necessariamente ICP-Brasil (pode ser um certificado corporativo ou emitido pela plataforma, como a Clicksign via Token/Pix).
  • Uso: maioria dos contratos privados, aluguéis, documentos empresariais internos. Tem validade jurídica plena se aceita pelas partes (MP 2.200-2, Art. 10, § 2°).

3. Assinatura Eletrônica Qualificada

  • O que é: a assinatura que utiliza, obrigatoriamente, um Certificado Digital ICP-Brasil.
  • Uso Obrigatório: transações com o poder público, emissão de Notas Fiscais Eletrônicas, atos de transferência de veículos, escrituras de imóveis digitais e atos médicos (receitas de controle especial).
  • Status: equivale à assinatura de próprio punho com firma reconhecida. Possui fé pública.

Como funciona a infraestrutura de chaves públicas?

A base do sistema de assinatura digital ICP-Brasil está na utilização de criptografia assimétrica, baseada em um par de chaves: uma pública e uma privada. 

O certificado digital contém essas informações, permitindo que assinaturas sejam geradas de modo seguro.

  • Chave Privada: é o "segredo" do usuário. Fica no token (A3), no computador (A1) ou na nuvem. Ela é usada para criar a assinatura.
  • Chave Pública: é pública e distribuída livremente. Ela é usada pelo receptor para conferir se a assinatura foi feita pela chave privada correspondente.
  • Certificado Digital: documento eletrônico que confirma a relação entre a chave pública e o titular.

Assinatura Eletrônica Qualificada: processo de Hashing

Quando você assina um PDF na Clicksign com ICP-Brasil, o sistema não criptografa o PDF inteiro (o que seria lento). Ele cria um "Resumo Criptográfico" (Hash) do documento e aplica a chave privada sobre esse resumo. Se o documento mudar, o hash muda, e a chave pública não conseguirá validar a assinatura. É matemática pura garantindo a segurança.

Modelos de certificado digital: A1 e A3

A escolha do tipo de certificado impacta diretamente a operação logística da empresa.

Certificado A1: Agilidade e Software

  • Formato: um arquivo (geralmente extensão .pfx ou .p12) instalado no navegador, servidor ou na plataforma de assinatura.
  • Validade: 1 ano.
  • Vantagem: pode ser instalado em múltiplos computadores simultaneamente. Ideal para emissão de notas fiscais em massa e para uso em plataformas de assinatura em nuvem como a Clicksign, pois dispensa o hardware conectado.

Certificado A3: Segurança Física

  • Formato: token USB (parece um pen drive) ou Smartcard (cartão com chip).
  • Validade: até 5 anos.
  • Segurança: a chave privada é gerada dentro do chip e nunca sai dele. É impossível copiar/clonar o certificado.
  • Desvantagem: o dispositivo precisa estar conectado ao computador no momento da assinatura. Isso limita a mobilidade e o uso em dispositivos móveis (celulares/tablets), a menos que se usem "wrappers" complexos.

Certificado em Nuvem (RemoteID)

É uma variação moderna onde o certificado fica armazenado em um HSM (Módulo de Segurança de Hardware) na nuvem de uma Autoridade Certificadora.

  • Uso: o usuário autoriza a assinatura via celular (biometria ou app autenticador), sem precisar de token físico ou instalar arquivo. Une a validade de 5 anos do A3 com a mobilidade do A1.

Como obter e usar o certificado digital ICP-Brasil

O processo segue uma ordem simples, mas vai exigir atenção em cada etapa. Empresas que buscam implantar a assinatura digital ICP-Brasil em seus fluxos podem seguir os seguintes passos:

  1. Escolher uma Autoridade Certificadora oficialmente credenciada pela ICP-Brasil;
  2. Preencher cadastro informado pelo órgão emissor;
  3. Confirmar identidade presencialmente ou, em alguns casos, com videoconferência autorizada;
  4. Receber o certificado digital, arquivo (A1) ou dispositivo físico (A3);
  5. Se A3: Instalar drivers específicos e, em alguns casos, plugins necessários para a leitura do token ou smartcard no computador;
  6. Instalar o certificado (A1) no sistema ou garantir que o token A3 esteja conectado durante a assinatura.

Após a emissão, é possível utilizar o certificado imediatamente em plataformas conectadas à ICP-Brasil para assinar contratos, emitir notas fiscais eletrônicas, acessar sistemas do governo e realizar outras operações eletrônicas seguras.

Uma assinatura digital bem feita começa com a proteção do certificado.

Como verificar a validade da assinatura ICP-Brasil?

A checagem da autenticidade de uma assinatura digital baseada em certificado ICP-Brasil é transparente e pode ser realizada por qualquer pessoa que receba o documento. Existem várias formas de verificação:

  • Validação automática em plataformas de gestão documental;
  • Verificação por QR code, em documentos que trazem essa opção;
  • Consulta do hash do documento, que garante integridade e autenticidade pela comparação de -códigos;
  • Uso de softwares leitores de arquivos assinados digitalmente (como PDFs), que exibem -informações detalhadas sobre o signatário e a validade do certificado.

A possibilidade de validação é um dos diferenciais que tornam a assinatura eletrônica da ICP-Brasil confiável mesmo em situações de auditoria, procedimentos judiciais e trâmites públicos.

Aplicações práticas para empresas

A assinatura eletrônica baseada na ICP-Brasil tornou-se pilar em diversos fluxos empresariais. Empresas de todos os tamanhos têm utilizado essa tecnologia para:

  • Setor Jurídico: advogados utilizam para peticionamento eletrônico (PJe) e para assinar procurações e acordos extrajudiciais com validade inquestionável.
  • Saúde (Telemedicina): médicos assinam prescrições de medicamentos controlados. Apenas a ICP-Brasil é aceita para certos tipos de receitas, garantindo que a farmácia possa validar a dispensa.
  • Imobiliário: com a integração ao e-Notariado, é possível realizar escrituras de compra e venda de imóveis de forma 100% digital usando certificados ICP-Brasil.
  • RH e Departamento Pessoal: assinatura de contratos de trabalho, recibos de férias e rescisões, especialmente para colaboradores em Home Office.
  • Contábil e Fiscal: emissão de NF-e, envio de declarações à Receita Federal e obrigações acessórias.

Panorama de Mercado: crescimento da ICP-Brasil

Antes de entrar na tecnologia, vamos olhar para os números. A adoção da certificação digital no Brasil não é uma "onda", é uma mudança estrutural na economia.

Segundo dados recentes compilados pela Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD) e pelo ITI, o mercado brasileiro vive um crescimento exponencial:

  • 11 Milhões de Identidades Ativas: em setembro de 2025, o Brasil ultrapassou a marca de 11 milhões de certificados digitais ativos.
  • Aceleração Mensal: apenas em agosto de 2025, foram emitidos 955.381 novos certificados.
  • Domínio Corporativo: cerca de 50% desses certificados pertencem a Pessoas Jurídicas (e-CNPJ). Isso sinaliza que operar uma empresa no Brasil sem certificação digital tornou-se inviável administrativamente.

Além disso, a ICP-Brasil mantém números estáveis ao longo dos meses. Pesquisas apontam que em março e junho de 2025, a emissão mensal aproximou-se de 930 mil certificados, indicando consistência na adoção da assinatura digital certificada. Os dados completos podem ser consultados em relatórios oficiais.

Por que essa migração em massa? A resposta está no Bottom Line (lucro líquido). Estudos de consultorias de gestão documental apontam que a assinatura física carrega "custos ocultos":

  • Tempo de Ciclo (Turnaround Time): contratos físicos levam, em média, 7 a 10 dias para serem assinados por todas as partes (envio, cartório, devolução). Com a assinatura digital, esse tempo cai para minutos.
  • Custo de Manuseio: estima-se que cada documento físico custe às empresas cerca de R$ 30,00 a R$ 60,00 (considerando impressão, logística, motoboy, taxas cartoriais e arquivamento).
  • Extravio: cerca de 3% a 5% dos documentos físicos se perdem ou são arquivados incorretamente, gerando riscos de compliance.
  • Insight Estratégico: adotar a ICP-Brasil não é apenas sobre "modernidade", é sobre reduzir o Custo de Aquisição de Cliente (CAC) ao acelerar o fechamento de contratos de vendas.

Conclusão:

Ao padronizar fluxos de assinatura com a infraestrutura da ICP-Brasil, organizações de todos os portes ganham agilidade, respaldo jurídico e credibilidade nas relações digitais.

A Clicksign potencializa esse ecossistema ao unir tecnologia, segurança e diferentes métodos de autenticação, tornando contratos e documentos realmente eletrônicos, sem burocracia e com total confiabilidade.

Se a sua empresa busca segurança, simplicidade e eficiência para pactos estratégicos, descubra como a Clicksign transforma o dia a dia das assinaturas digitais.

Perguntas frequentes sobre assinatura digital ICP-Brasil

A Assinatura ICP-Brasil é obrigatória para todos os contratos? 

Não. Para contratos entre particulares (B2B ou B2C), a assinatura eletrônica avançada (sem ICP-Brasil, usando Token/E-mail) é perfeitamente válida, conforme a Lei 14.063/2020, desde que as partes aceitem. A ICP-Brasil é obrigatória para transações específicas com o governo e atos de alta criticidade.

Quanto custa um Certificado Digital? 

O preço varia entre R$ 150,00 e R$ 400,00 anuais, dependendo do modelo (A1/A3) e da Autoridade Certificadora. Considerando que não há custo por assinatura realizada (apenas a aquisição/renovação anual), o ROI é extremamente positivo comparado a custos cartoriais.

Posso usar meu e-CPF para assinar pela minha empresa? 

Depende. Para representar a empresa (CNPJ), o ideal é usar o e-CNPJ ou um certificado e-CPF que conste como representante legal da empresa no contrato social. Em plataformas de assinatura, você pode usar seu e-CPF para assinar como "testemunha" ou "parte" pessoa física.

O que acontece se meu certificado expirar? 

Documentos assinados enquanto o certificado estava válido continuam válidos para sempre (graças ao Carimbo do Tempo). Porém, você não conseguirá assinar novos documentos até renovar o certificado.

É seguro usar assinatura digital em nuvem? 

Sim. As soluções de nuvem das Autoridades Certificadoras utilizam HSMs (Módulos de Segurança) de altíssimo padrão, muitas vezes mais seguros do que um token físico esquecido em uma gaveta destrancada.