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Cidades digitais e a gestão pública

Cidades digitais e a gestão pública

Publicado em:
23
/
12
/
2020

Em filmes futuristas, as cidades digitais sempre aparecem cheias de conforto e rapidez, grandes espaços arbóreos e pouquíssimo lixo. Como seria a administração dos órgãos públicos dessas cidades digitais? De certo não levam dias com vários processos em andamento e os cidadãos não precisam perder horas esperando em uma fila; esses dois exemplos já sugerem que a rotina operacional de tais órgãos seja equilibrada e funcional.

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Em um ano de pandemia, a gestão pública sentiu diretamente o diferencial da tecnologia e até mesmo suas facilitações. Na tentativa de adaptar-se à realidade, processos inadiáveis ganharam forma virtual, e é indiscutível que a maioria dos aspectos (salvo à lotação de usuários) foram benéficos. 

Nesse cenário, existem certos pontos que valem a atenção dos gestores: a sociedade está passando por um período histórico onde a geração vigente é movida principalmente pela internet. Diversas áreas sociais estão cada vez mais apostando em tecnologia para acompanhar aos acessos instantâneos dos cidadãos.

Dessa forma, não seria muito mais viável ofertar uma gestão que esteja de fato presente nas tendências de sua sociedade? A porcentagem de jovens entre 16 a 22 anos que tenham interesse eminente nos próprios assuntos legislativos, é muito baixa. A princípio, um dos primeiros efeitos da adoção total à tecnologia, seria a fomentação desses interesses. Assim, até mesmo o perfil social iria se adequar à era da informação; o poder público aproximaria o povo de si mesmo. 

Objetividade e organização

Tal qual o sistema assertivo da internet, o cidadão quer uma plataforma que resolva exatamente sua necessidade. Existem diversos sites de órgãos públicos que oferecem acesso à informação e procedimentos de pequeno porte que podem ser iniciados on-line. Ser objetivo e projetar uma ferramenta funcional é algo que fundamenta a desburocratização do serviço público. 

Nesse sentido, quando um indivíduo se desloca até um certo órgão para resolver uma questão, é o mesmo que aconteceria virtualmente em cidades digitais: não adianta disponibilizar uma plataforma pesada e frágil à qualquer turbulência, cheia de atalhos e abas, se o usuário terá o mesmo desperdício de tempo. 

Por esses fatos, é imprescindível configurar um sistema leve e intuitivo, que facilite o entendimento de indivíduos de todas as idades. Se processos fossem facilmente resolvidos virtualmente, a organização da própria gestão seria visivelmente impactada. Uma vez que se faz desnecessário um local superlotado e pilhas de documentos, as operações periféricas se otimizam. É questão de mudar o foco para uma estratégia mais inteligente, lucrativa e confortável. 

Vale salientar que cidadãos são diferentes de transações protocoladas, e um funcionamento transparente é a chave para a uma relação inclusiva. 

Tradições vs tendências

Como cada passo administrativo, tudo é decidido minuciosa e previamente. No caso do poder público, isso não seria diferente: existe uma lei de diretrizes orçamentárias, que prevê o investimento anual necessário para suas prioridades. O cronograma de fato é exatamente necessário, já que estipula e projeta as expectativas a longo prazo. 

O que torna a lei um tanto nociva, é exatamente priorizar as mesmas coisas todos os anos. Como já dito anteriormente, é uma questão de mudança de foco; se um sistema permitir-se reformular, resultados alternativos mudarão o cenário atual. 

Nesse contexto, diversas vertentes sociais estão adotando plataformas virtuais gradualmente. Um exemplo claro é a implementação percentual das provas do ENEM esse ano (Exame nacional do ensino médio). Metade dos exames serão feitos virtualmente, tal qual a inscrição e também a verificação de notas e espelho da prova.

Atualmente, sabe-se que o acesso à internet não é total. Para além de um privilégio, a tecnologia deveria ser encarada como um direito normativo. Além de esmiuçar (à medida do possível) a desigualdade social, impulsionaria a era digital em si. A adaptação do ramo educacional com a tecnologia, torna isso visível: em busca de persuadir o interesse dos estudantes para os estudos, escolas públicas e privadas passaram a modelar seus canais interativos. 

Por isto, com a gestão não deveria ser diferente. Ao invés de apostar na mesma estratégia anual, poderiam reservar recursos para implementação parcial da tecnologia. Órgãos públicos (como a prefeitura de Taboão da Serra ou de Palhoça) que já disponibilizam ouvidorias virtuais, por exemplo, tiveram uma repercussão positiva em seu rendimento e estáticas. 

Dessa maneira, haveria um estímulo direto e disruptivo na administração. Da mesma forma em que espera-se maior participação e integridade social, há também o retorno da equipe responsável. É de extrema importância que saibam como lidar com problemas técnicos, sobretudo investir em uma plataforma clean

Assim, a experiência coletiva será satisfatória para ambos os lados, haja vista que até mesmo funcionários públicos terão mais conforto em seu próprio trabalho. 

A vantagem da economia nas cidades digitais

Além de todos os fatores listados, a característica incontestável da tecnologia é o corte de gastos. Mais ainda, ela se mostra de fato sustentável para o planeta, além de todo o conforto que oferece a seus usuários. 

Um clássico exemplo disso, é a redução da compra de folhas para documentos, arquivos e afins. O mesmo acontece com a desocupação de espaços para a reserva desses materiais, já que com apenas um HD é possível armazenar milhares deles. 

O investimento na tecnologia acaba sendo um teste para analisar os impactos dessa implementação e seus rendimentos. A longo prazo, os projetos que poderão surgir em detrimento dessa realidade talvez seja muito mais favorável do que a rotina sistêmica de todos os anos. 

Dessa forma, comparando com a situação pandêmica atual, pode-se inferir: as coisas não teriam acontecido tão abruptamente, todas as conversões dos sistema gestacional, se já houvesse uma implementação prévia de recursos tecnológicos por parte do governo. 

Assim, levando em consideração todos os aspectos sociais, cívicos e econômicos que formam a sociedade, cidades digitais ganham um desempenho grande exemplar. Uma nova ordem de organização e funcionalidade. 

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